Que me diz das Relações Humanas?
"É preciso que sejamos capazes __respondo eu __de considerar estas calças infinitamente importante,
e os seres humanos ainda mais infinitamente importantes.
__É Preciso! mas na prática isso me pareceu impossível. Essa participação no manifesto das coisas não deixara lugar, por assim dizer, para as preocupações comuns, necessárias, com a vida humana e acima de tudo, para as preocupações com os indivíduos. Pois as pessoas possuem individualidade e (ao menos sobre um aspecto) naquele momento eu não era eu mesmo, a um só tempo percebo e sendo a Desindividualização das coisas ao meu redor. Para essa desinvidualização recém-nascida, o comportamento, a aparência, o próprio raciocínio do indivíduo que ela momentaneamente deixara de ser, assim como dos outros indivíduos __seus companheiros de até então __ se não os eram desagradáveis (pois a aversão não figurava entre as categorias em termos das quais eu raciocinava), estavam, no entanto, bastante longe de suas cogitações. Mas compelido a analizar e relatar o que estava fazendo (e como desejaria ser deixado a sós com a Eternidade em uma flor, com o infinito em quatro pés de cadeira e com o Absoluto nas pregas de uma calça de flanela!), verifiquei que estava, devidamente evitando os olhares daqueles que me faziam companhia naquela sala; que intencionalmente, procurava não tomar conhecimento de sua presença.
E, no entanto, um deles era uma pessoa que eu acabara de conhecer e o outro,
um homem que eu considerava e de quem eu muito gostava.
Mas ambos não pertenciam ao mundo do qual, naquela ocasião, O Êxtase Luminoso havia me tirado __ O mundo dos personalismos, da dimensão do tempo, dos julgamentos morais e das considerações utilitárias; O mundo__ e era esse aspecto da vida humana que, acima de tudo, mais desejara esquecer ___O mundo da Auto-Afirmação, da convicção, da super valorização da palavra
e das noções idolatramente cultuadas."
[tio Hux]