31/07/2011

 Através de um Terreno Desigual 

  RENA-X   SAVAGE    RIZOMA     ALEX BRANXER     


Rena-X



Xynli [Graffiti Debut, SAVAGE]



Renan Fukagawa aka RIZOMA




Alex Branxer



Alex Branxer



↓ Process ↓






Fin.

Nós nunca esqueceremos
FadeOut 2011
ao som de suas asas


O passado está longe do meu alcance, e o futuro está fora do meu controle.





Lighting by PUPPƩTϟ 

FADE OUT




17/07/2011

↓↓↓  Dia 23 de Julho ↓↓↓
Vila Cultural ALONA (Avenida Leste-Oeste 518 Londrina)
sábado   start:18hrs  R$5 com nome na lista


Lista


GRAFFITI • CICLO

OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA É O NOME DADO À VIDA CURTA DE UM BEM OU PRODUTO PROJETADO DE FORMA QUE SUA DURABILIDADE OU FUNCIONAMENTO SE DÊ APENAS POR UM PERÍODO REDUZIDO. A OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA FAZ PARTE DE UM FENÔMENO INDUSTRIAL E MERCADOLÓGICO CONHECIDO COMO "DESCARTALIZAÇÃO". A VIDA CURTA DESSES PRODUTOS FAZEM COM QUE SEJAM DESCARTADOS E O CICLO DE VIDA INTERROMPIDO. TRANSFORMAM-SE EM LIXO AO INVÉS DE ALGUMA OUTRA SOLUÇÃO. ESTA ILUSTRAÇÃO BUSCOU REPRESENTAR A IDÉIA SIMPLES DA NATUREZA DANDO CONTINUIDADE AO CICLO DE UM PRODUTO, REPRESENTADA POR UM PÁSSARO CONSTRUINDO UM NINHO ATRAVÉS DE UMA TV, CONSIDERADA COMO LIXO.

[LIVE PAINTING POR RENAN FUKAGAWA AKA RIZOMA & RENA-X]
PAREDE DO CEMITÉRIO SÃO PEDRO 




E apesar de estarmos ainda no mês de Julho, um pouco longe da alienante época natalina e suas táticas mercantis,  segue uma oferenda de terrorismo poético sobre a TV, protagonizada por Björk 



07/07/2011



Todos os dias eram iguais. Ontem ou o ano passado eram o mesmo que um milhão de anos – ou um minuto. Nunca acontecia nada. Não havia acontecimentos que marcassem a passagem do tempo. O tempo não passava. Estava sempre parado. Só os teares se moviam e se moviam em direção a lugar algum – apesar do fato de se moverem sempre cada vez mais rápido. Quando fez quatorze anos foi trabalhar ma engomaria. Foi algo de outro mundo. Finalmente tinha acontecido alguma coisa que podia ser lembrada, além de uma noite de sono ou o pagamento de uma semana. Marcou uma era. Era uma máquina Olympiad e o tempo passou a ser marcado a partir dela. "Quando fui trabalhar na engomaria", ou "depois" ou "antes de eu ir trabalhar na engomaria" eram frases que quase não saiam dos seus lábios. Celebrou seu décimo sexto aniversário indo para a sala dos teares e ocupando um tear. Ali havia estímulo novamente, pois o trabalho era peça por peça. E ele brilhava no serviço, pois o seu próprio barro fora moldado nas tecelagens para se tornar a máquina perfeita. No fim de dois messes ele já era responsável por dois teares e, mais tarde, por três e quatro. No fim do seu segundo ano nos teares ele estava fiando mais do que qualquer outro tecelão e mais do que o dobro do que produziam os menos hábeis. E em casa as coisas começaram a prosperar à medida que ele alcançava a sua capacidade máxima de trabalho. Não que seus salários cada vez maiores estivessem acima do necessário. As crianças estavam crescendo. Comiam mais. Estavam indo para a escola, e material escolar custa dinheiro. E, de algum modo, quanto mais rápido trabalhava, mais subiam os preços das coisas. Até o aluguel subira, embora a casa estivesse agora num estado pior do que antes. Ficara mais alto, mas em sua nova altura parecia mais magro do que nunca. Além disso, tornara-se mais nervoso. Não havia alegrias na vida para ele. A procissão dos dias ele nunca via. As noites, passava-as numa anestesiada inconsciência. O resto do tempo trabalhava e a consciência que tinha era uma consciência de máquina. Fora isso sua mente era um vazio. Não tinha ideais e restava-lhe apenas uma ilusão, a de que bebia um excelente café. Era uma besta trabalhadora. Não possuía vida mental alguma: mas mesmo assim, lá no fundo, nos túmulos de sua mente desconhecida, estavam sendo medidos e pesados cada hora de suor e trabalho, cada movimento de suas mãos, cada torção de seus músculos, preparando o curso futuro da ação que iria surpreender a ele e a todo o seu pequeno mundo.

JackLondon